sábado, 1 de outubro de 2011

Culto da personalidade.

Olhas para ele e vês poder,
Sentes os cifrões na pele,
Vês nele o "vai-te foder"
Sempre que precisas de papel.

Não imaginas sequer o tempo
Que aquele manequim levou
Para se poder tornar o exemplo
Da aristocracia que ninguém renovou.

Mas no entanto vives calado,
Com medo da resposta
Que te deixe acabado,
Habituas-te à encosta

Puramente ficcional
Que a ilusão te provoca,
Em vez de fazeres o exercício mental
De tirares o coração da toca

E dizeres, com acções,
Estou farto de ser enrabado,
Estou farto que me capem os culhões,
Estou farto de ser condenado

À falsa iliteracia social,
Eu quero mudar o Mundo,
Eu quero tornar-me o tal,
Eu quero tirar-nos do fundo!

Mas preferes olhar para outros
E resignar-te às suas falhas,
Preferes que vos tratem como potros,
Bebés nascidos ao calhas.

Eu talvez não vá fazer barulho,
Ou festejar as minhas vitórias,
Talvez acabe deitado no entulho
Vendo otários cheios de glórias

Mas na terra focinharei
E a boca ficará aberta
Até poder dizer "a hipocrisia enterrei,
A verdade escrita será a certa."

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