sábado, 27 de agosto de 2011

Fatalistas da tasca da esquina.

"A natureza é assim mesmo. E se pensavas de outra forma, enganaste-te. Julgavas que podias continuar de olhinhos puros e ingénuos? Não, tens que chafurdar na merda de mundo que nos consome. E nem penses em tentar alterar algo! Esta é a nossa sina e com ela temos que viver! Uma sociedade civilizada assim exige, valores não aceites e defesa de mentiras sociais, fora daqui! Ou te rendes à máquina, ou te rendes. Quem faz frente desaparece e nem sequer é mencionado! Tinhas sonhos de ser um grande exemplo, de te passeares no teu manto de retalhos, proclamando a salvação dos oprimidos enquanto te tornavas o baluarte das gerações futuras, famintas por algo em que acreditar não era? Pois podes enfiar esses sonhos pelo cú acima! Porque assim que te vires lançado às feras no mundo real, verás que os teus idealismos não passam de utopias sem emenda! Ainda tens muito que crescer, ver muito, ganhar mais experiência!"

Prefiro ser um pedinte desconhecido, fiel aos meus valores, com uma carcaça por dia, do que um milionário sem moral, conhecido e amado por todos, com banquetes por hora. Daqui só levarão a verdade. Se isso me dará apenas desgostos e desemprego, pelo menos lutei.

É pena a luta ser minoria.


Sinto a tua falta.

É o teu aroma.
É essa tua existência,
Insistente permanência
Na minha implacável Sodoma.

Essa tua ondulação
Física e psicológica,
Esse jogo de lógica
Com que me cegas o coração.

É a tua presença sentida,
Pela tua ausência
Na minha essência.

É a saudade vivida,
Pela clarividência
Dum beijo futuro, sem clemência.