sexta-feira, 7 de junho de 2013

Leveza.

Agarra na minha mão. Deixa para trás o peso da tua consciência, dos preconceitos, da sociedade, do Mundo. Vem voar comigo. Sem nada que nos prenda, podemos ser dois dentes-de-leão, duas pétalas, dois grãos de nada cheios de tudo. Pairamos, numa dança rodopiante e alucinante, onde não conseguimos ver nada dos nossos corpos. A nossa alma é a única coisa que brilha, reluz e se mostra.

Agarra-te bem. Eventualmente aparecerá alguma ventania. Daquelas que só param de soprar quando despiram uma flor por completo, roubando-lhe a beleza e a vida. Pode aparecer também bandos de pássaros, com barulhos iguais a gargalhadas, tentando debicar-te centímetro a centímetro, sempre em grupo.  Mas não tenhas medo. Se formos os dois e se mantivermos os olhos postos nas nossas almas, a tempestade torna-se paisagem. Como se fosse uma pintura velha e bolorenta.

Agarra-te a mim. O tempo irá passar. Quanto mais tempo demoramos a descolar, mais pesados ficamos, mais difícil se torna sermos livres. Por isso, anda. Não posso prometer o destino, as aventuras, os desafios. Posso garantir apenas a viagem. Voando, como dois dentes-de-leão, duas pétalas, dois grãos de nada cheios de tudo. E juntos. Principalmente, juntos.

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