segunda-feira, 22 de julho de 2013

Obrigado.

O dia de hoje está a ser horrível. Porque gostava de me sentir como se estivesse em Outubro. Como se não tivesse descoberto aquilo que me deixa realizado, inteiro. Como se não tivesse descoberto que quem sofre mais com o segredo das suas próprias imperfeições sou eu. Como se continuasse a descartar os meus erros contínuos. Como se continuasse a dar por garantido todos os que expressassem carinho por mim. Como se não tivesse sido obrigado a expôr-me. Mas não. Hoje, sinto-me horrível. Porque hoje é o primeiro dia de uma nova aventura. A que tivemos acabou ontem. O cenário era umas escadas, cheias de todas as gargalhadas, frias das frases de circunstância. O tempo fugia por entre os pontos luminosos no céu, cada um representando as palavras que dissemos, os gestos que tivemos, a vida que vivemos. O ar estava tão respirável como no vácuo. Os corações batiam todos, ao ritmo das conversas sem sentido, sem vontade. Resultado óbvio da auto-defesa que a alma cria quando tem que dizer adeus. A cama estava preparada, à espera de que alguém desse a deixa. Mas ninguém falou. Falou o corpo. Falaram as lágrimas. Falou o silêncio. Agora, fala a mágoa. A mágoa de quem criou laços inesperados, laços que não sonhava poderem ser atados com tanta força, laços que não contava guardar numa gaveta, para a próxima oportunidade. Obrigado por tudo. Graças a vocês, o dia de hoje está a ser horrível. Até sempre.

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