sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Biombo.

Sorri.
Canta.
Assobia.
Pula.
Dança.

A mim não me enganas,
Com as tuas façadas
Mal disfarçadas,
Se é que querias mesmo
Que não se notasse.

A falsidade no sorriso.
O canto sem melodia.
O assobio sem fôlego.
O pulo sem pernas.
A dança sem ritmo.

Encara a escuridão,
Não tentes esconder o olhar
Do monstro que te suga
A felicidade que hoje
Não passa de uma memória.

Em vez de sorrires, range os dentes.
Em vez de cantares, fala.
Em vez de assobiares, respira.
Em vez de pulares, sustém-te.
Em vez de dançares, caminha.

Senão, mais vale chorares
O que te resta do passado
Para que limpes tudo,
Porque o que tu fazes
É o mesmo que morrer.


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