sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Para o meu amigo Coelho, muito amor.

Obrigado pelo passe mais caro,
Para a injustiça tens faro,
A saúde piora e assim eu não saro
A vontade que eu não paro
De contaminar o teu reinado
De ditador dissimulado,
Burlão mascarado,
Masoquista entusiasmado
Com a dor do proletariado,
Que te agradece com agrado
A forma como nos tens enterrado.

Amigo Passos és um camarada,
Por ignorares a frente irada
Que se cansa da tua perdição
E longe de ti procura a salvação!

Obrigado pelo descrédito da juventude,
Que é vista por ti com quietude,
Connosco não queres ter uma atitude,
Duvidas que um dia isto tudo mude,
Mas não te esqueças que os oprimidos
Invariavelmente se tornam unidos,
Vivendo até serem ouvidos,
Correndo até serem temidos,
E aquilo que um dia foram gemidos
Podem ser o inferno nos teus ouvidos!

Amigo Passos és um porreiraço,
Dizes-te receoso do dinheiro em maço
Quando ele é o teu melhor amigo,
Aquele que anda sempre contigo.

No fim de contas eu sou ninguém
Enquanto que tu és alguém,
Que é ouvido por outrem,
Conhecido até ao além.
Mas então vou-te apresentar
O velho que andas a roubar
E que morre sem se alimentar,
A criança que quer brincar
E o futuro andas a prejudicar,
O jovem que quer estudar
E os livros andas a queimar,
O doente que se quer curar
E a sua medicina usas para te drogar,
O país que se quer levantar
E que lentamente tentas matar,
O povo que se quer salvar
E que queres agrilhoar,
O ninguém que te está a avisar
Mas para o qual te estás a cagar!

Amigo Passos, és um bacano,
Por incluíres os teus amigos no teu plano,
Mas para te falar do fundo do coração,
Contigo, até o inferno parece a Salvação!

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