terça-feira, 5 de abril de 2011

Reflexo imperfeito.

A mentira fazia parte do meu ser,
Tinha como objectivo distorcer
Tudo aquilo que eu desejara,
Odiando a sorte que não tivera
De nascer tal qual como sou,
Uma alma cujo corpo nunca amou.

Reflexo imperfeito,
Como me pudeste enganar assim?
O que vi em ti não aceito,
O que me mostras não está em mim.

Gritei socorro, num tom assustado,
Mas o grito saía silenciado,
Abafado pelo medo da ignorância
Que nos olhares, em 1ª instância
A mentira fazia-me ver,
Com receio que eu pudesse deixar de sofrer.

Reflexo imperfeito,
Como me pudeste magoar assim?
Em ti imaginei o meu peito
Rasgado, como se fosse de cetim.

No limiar do desespero, caído no chão,
Senti uma ténue luz no coração.
Fui reerguido pela força da revolta
E posto a flutuar, com a alma solta,
Num antagonismo de estranhar,
Apesar de me ser tão familiar.

Reflexo imperfeito,
Porque continuas a insistir assim?
Já não suspiro no meu leito,
Já não anseio pelo meu fim.

Hoje, sou em tudo diferente,
E mesmo que por momentos tente,
Aquela máscara de uma realidade
Na qual não encontro identidade
Já não me causa temor,
Na essência encontrei o Amor!

Reflexo imperfeito,
Porque me olhas assim?
O que te fiz, já devia ter feito,
Há muito que merecias ter um fim!

(Letra para Artes Performativas)

1 comentário:

  1. Ainda não acredito que isso vai ser um rap.

    Anyway... vais ter que em pagar direitos de autor pelo nome da peça, fui roubada! -Humph-

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