terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vingador.

Escondendo as cicatrizes numa ligadura
Sem sentimentos, disfarçando a dor,
Desvia ele o olhar da mãe, com secura,
Ignorando a aura dela, de terror,
Responde-lhe, sem qualquer brandura,
Não te preocupes mãe, eu sou um vingador.

Caminhando pela rua, destemido,
É acompanhado por um leve rumor
Que oferece ao movimento sentido.
Movimento esse, com mais e mais clamor,
Irrompe no fim, com grande alarido,
Vai ali o nosso salvador!

Desembainhando a espada, de punho vermelho,
Aponta a lâmina, com coragem, ao orador,
De madeixas brancas, não diz alho nem bugalho,
Sua de pânico, com as mentiras causando-lhe ardor,
Grita, com a Morte presente no olho,
Apanhem-me depressa este traidor!

O sangue do seu corpo no jardim jorrava,
Nos ouvidos, um ruído silenciador.
Os que sonhavam, diluíram-se como chuva,
Menos uma menina, que com um olhar enternecedor,
Perguntou quem era aquele morto na erva.
Não ligues pequena, é só mais um sofredor.

1 comentário:

  1. Juro-te que ás vezes não percebo do que falas! --' ... Quando li este poema pela primeira vez pensei numa coisa completamente diferente do que realmente é. :O

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