Incoerência, incoerente,
Bastardo demente,
Tristeza sorridente
Nunca faz frente
A quem é crente
Na inexistência da mudança.
Voltas pela direita,
Entraste na seita,
Pela esquerda deita
O veneno, cuja receita
Vem da depressão na colheita
Que o meu carácter insiste em criar.
Palavras sem nexo,
Amor sem sexo,
Namoro sem ex,
Tumor em anexo,
Coração perplexo
Por errar e voltar a errar.
E no fim, que resta?
O piano que toca na solidão.
O arrependimento que canta ao ouvido.
A gargalhada da incompetência.
Os pedaços do que foi o meu corpo.
O desejo de metamorfose.
Mas não há metamorfose.
Há apenas engano.
Uma pintura borrada não se apaga.
Queima-se. Lancem as chamas.
Estou pronto para carbonizar.
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