domingo, 19 de janeiro de 2014

Luar.

O luar és tu.
Uma luz tremeluzente, fugaz,
Uma memória pintada
No quadro negro do meu peito.

Circular, não porque
O tamanho literal o justifique,
Circular porque o início e o fim
Do amor és tu.

E nem as pequeninas estrelas
Que pintei por cada lágrima
Da tua ausência,

Reparam o diminuir da tua luz,
O eclipsar da minha vida,
A escuridão onde vivo sem ti, meu Luar.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Saudades de ti.

Não quero dormir mais. Dormir, significa libertar-te na minha mente, permitir que voltes, que fales comigo, que me toques, que existas perto de mim, que não sejas só uma rotina que nunca existiu, uma sms de feriado, uma memória do que nunca estimei. E isso dói. Porque quando, efectivamente, te soltas, eu, efectivamente, persigo-te, na ânsia de encontrar a solução, o caminho dourado que me levará para ti, para esse castelo brilhante onde te escondes publicamente de mim. E tu vais deixando migalhas, pequenos sussurros que antecipam a descoberta das palavras mágicas que explodirão esta bolha onde vivo a tua ausência com mais ardor do que vivi a tua permanência. Mas acordas-me sempre no fim. Na última palavra, no momento-chave, acordas-me. O teu último acto de misericórdia perante os restos quebrados do que um dia foi a tua alma gémea. Porque tu não queres que eu ouça o teu último sussurro, porque não queres que descubra que não existe nenhum caminho dourado nem castelo onde te escondes, apenas a rua liberta para eu passar e a tua própria escolha em não estar comigo. Porque não queres que eu saiba que a última palavra é "acabou". Porque sabes que, se nem a dormir eu posso fingir que não acabou, então o sentido perde-se, o fosso aumenta e os pedaços que eu cortei de mim, a cada palavra amarga que te dirigi e a cada atitude errada que contra ti cometi desaparecerão, ao vento, na ânsia de que um dia, um segundo, tu os queiras colar de novo.